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quinta-feira, 29 de julho de 2010

. Acreditar ..

Eu não sei se os ventos a levaram para longe ou apenas me afastaram, só sei que os mesmos ventos destelharam casas e destruíram barracos. As fortes ondas não deixaram vestígios do castelo de areia que projetei e criei. Não ficou nada, como nunca fica nada em minha vida. É sempre uma sucessão de adeus. Sempre.
A luz do quarto queimou e não sei dizer o porquê; é como se ela já estivesse fadada em algum momento a deixar de emitir sua luz. Por mais que eu troque a lâmpada não será a mesma lâmpada, e se assim eu fizer, o fim será o mesmo. Talvez o prolongamento seja diferente, mas o fim é inevitável.

Existe alguma coisa neste mundo que esteja livre deste ciclo de começo, meio e fim?!

Eu gostaria de poder acreditar. Na verdade, eu gostaria de poder acreditar em muitas coisas...

Gabriel Garcia Márquez



[Ai, diz quantos desastres tem na minha mão
Diz se é perigoso a gente ser feliz.]

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