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quinta-feira, 29 de julho de 2010

. Acreditar ..

Eu não sei se os ventos a levaram para longe ou apenas me afastaram, só sei que os mesmos ventos destelharam casas e destruíram barracos. As fortes ondas não deixaram vestígios do castelo de areia que projetei e criei. Não ficou nada, como nunca fica nada em minha vida. É sempre uma sucessão de adeus. Sempre.
A luz do quarto queimou e não sei dizer o porquê; é como se ela já estivesse fadada em algum momento a deixar de emitir sua luz. Por mais que eu troque a lâmpada não será a mesma lâmpada, e se assim eu fizer, o fim será o mesmo. Talvez o prolongamento seja diferente, mas o fim é inevitável.

Existe alguma coisa neste mundo que esteja livre deste ciclo de começo, meio e fim?!

Eu gostaria de poder acreditar. Na verdade, eu gostaria de poder acreditar em muitas coisas...

Gabriel Garcia Márquez



[Ai, diz quantos desastres tem na minha mão
Diz se é perigoso a gente ser feliz.]

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quarta-feira, 28 de julho de 2010




. we long for you .


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terça-feira, 27 de julho de 2010



Porque nada modificaria os nossos roteiros.



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segunda-feira, 26 de julho de 2010

. Despedida ..


É, pode ser que a maré não vire
Pode ser do vento vir contra o cais
E se já não sinto teus sinais
Pode ser da vida acostumar..
Será, Moreno?
                                                              Dois Barcos - Los Hermanos






[So if you love me
Why'd you let me stay here
all by myself?]
 
 
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sexta-feira, 23 de julho de 2010

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não adianta
no momento que as pessoas se afastam
elas estão irremediavelmente perdidas uma para a outra.

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terça-feira, 20 de julho de 2010

me lembro do quanto ríamos juntos..
hoje foi um dia que eu lembrei.
só foram lembranças banais de um dia qualquer 
entre os últimos meses do ano que passou
do ano que começou..
mas nada, nada muito importante. 
nada que doa mais
nem menos.


.. é. acabou.






[Porque a gente, alguma coisa dentro da gente,
sempre sabe exatamente quando termina..]

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sexta-feira, 9 de julho de 2010

. Cores ..


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Dentre toda essa falta de ânimo
Me sobra um desejo imenso
De ter uma câmera fotográfica
Que registre muitas cores
Muita luz
Os menores detalhes
As maiores distâncias..

Tudo do jeito que eu vejo!

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'' Mas eu tinha que ficar contente.
E quando você quer, você fica.
Comecei a ficar. ''


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quinta-feira, 8 de julho de 2010

. Depois Melhora ..



Sempre que alguém daqui vai embora
Dói bastante mais depois melhora e com o tempo
Vira um sentimento que nem sempre aflora mas que fica na memória
Depois vira um sofrimento que corrói tudo por dentro
Que penetra no organismo, que devora
Mas depois também melhora
Sempre que alguém daqui vai embora
Dói bastante mais depois melhora e com o tempo
Torna-se um tormento que castiga e deteriora
Feito ave predatória, depois vira um instrumento de martírio virulento
Uma queda no abismo que apavora
Mas depois também melhora
Fica uma força inexplicável
Que deixa todo mundo mais amável
Um pouco é conseqüência da saudade
Um pouco é que voltou a felicidade
Um pouco é que também já era hora
Um pouco é pra ninguém mais ir embora
Vira uma esperança
Cresce de um jeito que a gente até balança
Ás vezes dói bastante mais melhora
Assim é só felicidade aqui, agora
É bom não falar muito que piora
É só felicidade



 Decidi largar tudo
E nenhuma parte de mim quer obedecer a minha decisão..
Mas reconheço que me contentar com pouco
Tem sido pouco demais.
Quero mais
No mínimo um pouco mais.


quarta-feira, 7 de julho de 2010

. Um Dia a Cama Cai ..

O amor da minha vida eu encontrei, tem nome, é de carne e osso, e me ama também.
Agora falta encontrar alguém com quem possa me relacionar.
É que o homem da minha vida não cabe em mim e eu não caibo nele.
Não basta que a gente se queira há muitos anos.
Não basta nossos namoros longos, os rompimentos e a teimosia de desejar mais daquilo que não há de ser.
Não presta que ele me visite pra acabar com as saudades e fuja correndo de pernas bambas e um bumbo no peito.
Não importa que eu esqueça meu nome depois, nem que me perca num oco, ou que os sentimentos corram de ambos os lados, intensos e desarvorados.
Não basta que haja amor para se viver um amor.
Eu e ele somos as cruzadas da idade média, o Osama e o Tio Sam, o preto e o branco da apartheid, o falcão e o lobo, o Feitiço de Áquila.
Seus mistérios me perturbam e minha clareza o ofusca.
Tenho fascínio pelo plutão que ele habita, e ele vive intrigado por minha vênus, mas quando eu falo vem, ele entende vai.
Enquanto ele avista o mar eu olho pra montanha.
Quando um se sente em paz o outro quer a guerra.
É preciso me traduzir a cada centímetro do caminho, enquanto ele explica que eu também não entendi nada.
Discordamos sobre o tempo, o tamanho das ondas, a cor da cadeira.
O desacerto é de lascar, e não há cama que resista a tantas reconciliações - um dia a cama cai.


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terça-feira, 6 de julho de 2010

"À noite, sozinha na cama
amargura
culpa
choro envergonhado
desejos inconfessáveis
(...)
havia esgotado, pensava, sua capacidade de sofrer."